O parlamento português decidiu na sexta-feira (19) manter inalterado o concurso de privatização da TAP Air Portugal, após a aprovação da reprivatização de 49,9% da companhia aérea. A votação ocorreu em meio a um debate solicitado pelos partidos PCP, Bloco de Esquerda e Livro, refletindo divergências significativas sobre o futuro da empresa.
Conforme destacado pelo Diário de Notícias, a proposta de reapreciação da privatização contou com o apoio de Livre, PCP, Bloco de Esquerda e PAN. Em contrapartida, o PS optou pela abstenção, enquanto as siglas Chega, Iniciativa Liberal, PSD e CDS-PP votaram contra, encerrando a possibilidade de modificações no trâmite.
A abstenção do PS foi condicionada à preservação da área de manutenção de aeronaves em Portugal e à continuidade da aquisição de bens e serviços de fornecedores nacionais. Além disso, tanto o PS quanto o Chega levantaram a relevância de garantir rotas para as ilhas e para a diáspora, além da recuperação dos 3,2 bilhões de euros que o Estado investiu na TAP.
Com a votação contra a reapreciação, o cronograma para a privatização da TAP Air Portugal segue conforme previsto. Em julho, o Governo já havia sancionado um decreto-lei que estabelece a reprivatização de 49,9% do capital da companhia, dos quais 5% seriam destinados aos colaboradores da empresa.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, expressou sua expectativa de que “muitos interessados” se manifestem durante o processo de privatização. Entre os potenciais compradores estão a Lufthansa, Air France-KLM e IAG, indicando o potencial da TAP no mercado europeu.