O Abril Indígena, uma iniciativa do museu Emílio Goeldi, celebra a ancestralidade e promove um diálogo intercultural, em um momento crucial em que os povos originários lutam para que suas histórias e contribuições à sociedade brasileira não sejam apagadas.
Tradicionalmente, o museu comemora o mês dos povos indígenas com uma programação especial, mas neste ano a instituição lançou uma inovação: uma plataforma digital com dicionários multimídia para línguas indígenas. A pesquisadora Ana Vilacy Galúcio destaca as diversas utilidades dessa ferramenta, que visa atender às demandas das comunidades que falam esses idiomas e os impactos positivos que pode ter na sociedade civil.
O último Censo demográfico do IBGE, realizado com o apoio da Funai, revelou que o Brasil abriga cerca de 1,7 milhão de indígenas. Contudo, a pesquisa também destacou uma realidade alarmante: a mortalidade infantil entre as crianças indígenas é mais que o dobro da observada entre as não indígenas. Entre os yanomami, que habitam a divisa entre o Amazonas e Roraima, mais de 50% das crianças sofrem com desnutrição, conforme dados do departamento de atenção primária à saúde indígena.
Esses desafios enfrentados por comunidades indígenas motivaram a criação do mês dos povos indígenas, que busca combater essa desigualdade social. A plataforma de dicionários multimídia do museu Emílio Goeldi está acessível online e também disponível como aplicativos para Android, em html ou em arquivos PDF. Os interessados podem acessar a plataforma através do site dicionarios.museu-goeldi.br.