No estado do Pará, uma nova iniciativa visa garantir a conservação dos peixes-boi, espécies fundamentais para a biodiversidade aquática. O projeto, que se destaca pela criação de alternativas para a sobrevivência de animais resgatados, tem como foco especialmente os filhotes órfãos, que precisam de cuidados intensivos para se reintegrarem à natureza.
Ambas as variedades de peixe-boi, o marinho e o amazônico, enfrentam sérias ameaças de extinção. O primeiro é classificado como “Em perigo”, enquanto o segundo é considerado “Vulnerável”. O projeto, intitulado “Projeto de Conservação de Peixes-Boi no Estado do Pará”, é uma colaboração entre o Instituto Bicho D’Água e o Ibama, com apoio do Museu Emílio Goeldi.
A estratégia de conservação inclui uma parceria com a Universidade Federal do Pará e o Centro de Reabilitação de Fauna Aquática, localizado em Castanhal. Este centro será responsável por acolher os filhotes de peixe-boi que ficam encalhados na região do Baixo Amazonas.
Após serem resgatados, os peixes-boi passarão por um processo de reabilitação. Em seguida, serão transferidos para um espaço de aclimatação, que será construído em Soure, na Ilha do Marajó. Esse local terá capacidade para cuidar de até oito peixes-boi. Assim que estiverem prontos para retornar ao habitat natural, eles serão monitorados por aproximadamente dois anos, garantindo o sucesso dessa reintegração e possibilitando a realização de estudos sobre a espécie.
Atualmente, cerca de 50 peixes-boi estão em processo de reabilitação no Pará. Muitos deles são filhotes que ficaram órfãos devido à caça de suas mães. Sem a assistência necessária, esses jovens animais não teriam chances de sobrevivência. Apenas neste ano, 21 peixes-boi precisaram ser resgatados, destacando a urgência da situação.
A preservação dos peixes-boi é uma questão ambiental premente e relembra a importância de ações coordenadas entre instituições para a proteção das espécies ameaçadas. A participação da comunidade e o apoio a iniciativas como esta são fundamentais para garantir um futuro sustentável a esses mamíferos aquáticos.