Os recifes de coral da costa brasileira enfrentam sérios riscos devido às mudanças climáticas, conforme revelado por uma pesquisa do Centro de Síntese de Mudanças Ambientais e Climáticas, apoiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O estudo destaca o fenômeno do branqueamento dos corais, que se intensifica com o aumento das temperaturas oceânicas, a elevação da acidez das águas e a redução dos níveis de oxigênio.
O branqueamento ocorre quando os corais expulsam as algas que vivem em simbiose com eles, essenciais para a sua sobrevivência. Sem essas algas, os corais ficam vulneráveis e podem morrer, comprometendo sua integridade. A crise climática afeta não apenas o Brasil, mas o mundo todo, com a Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA documentando em 2024 o seu quarto evento de branqueamento em massa em menos de três décadas, afetando 84% dos recifes globais.
No Brasil, os recifes representam uma biodiversidade única, abrigando espécies que, em sua maioria, já desapareceram de outras regiões. Funcionando como barreiras naturais, esses recifes protegem as costas de tempestades e da erosão. Além de seu valor ecológico, eles também são cruciais para a economia local, gerando cerca de R$ 167 bilhões anualmente, principalmente por meio de atividades de turismo e proteção ambiental. Além disso, servem como uma fonte vital de alimento para comunidades costeiras, incluindo cerca de um milhão de pescadores.
Reconhecendo a gravidade do problema, o Brasil está implementando ações para a conservação dos recifes. Em 2023, foi instituído o Departamento de Gestão Oceânica e Costeira no Ministério do Meio Ambiente, e o país retomou sua participação na iniciativa internacional dedicada aos recifes de coral. Este mesmo ano marcou a criação da primeira política pública específica para a proteção desse bioma marinho. Adicionalmente, o BNDES disponibilizou R$ 90 milhões para financiar projetos de conservação, buscando mitigar os impactos das mudanças climáticas sobre os recifes brasileiros.