Relatório da ONU revela que novas metas globais de redução de gases do efeito estufa, divulgadas recentemente, sinalizam a primeira queda nas emissões, mas alerta que uma aceleração é essencial. O estudo, publicado nesta terça-feira (28), foi realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e seu enfoque são as mudanças climáticas.
As conclusões se baseiam em 64 NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), que representam cerca de um terço dos países signatários. O documento destaca que, devido ao número limitado de NDCs analisadas, não é possível fazer uma avaliação abrangente em nível global. Segundo Simon Stiell, Secretário Executivo da ONU para as Alterações Climáticas, a colaboração internacional está contribuindo para a redução das emissões, embora em um ritmo insuficiente.
As NDCs atuais indicam uma diminuição de 17% nas emissões em relação a 2019, que ainda está bem aquém da meta de 60% sugerida por especialistas. Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima, acredita que alcançar um objetivo mais ambicioso é viável, considerando que já existem tecnologias acessíveis e econômicas para tal.
“Estamos falando das energias solar, eólica e de biomassa, que são recursos fundamentais para essa transformação. O que falta é a determinação política dos países em se comprometerem com essa transição na velocidade necessária”, afirma Herschmann.
O relatório também destaca que a adaptação climática é uma prioridade, com sete em cada dez NDCs abordando essa questão. Um aspecto crítico nas discussões é o financiamento, onde os países necessitados indicaram uma necessidade de aproximadamente US$ 1,97 trilhão.
Além disso, os planos apresentados enfatizam a importância de uma transição justa, que assegure que a mudança para uma economia mais sustentável não amplifique as desigualdades sociais. As discussões incluem tópicos como transferência de tecnologia, capacitação e a relevância de florestas, gênero e povos tradicionais no processo de adaptação.
