O Rio Araguaia, em Nova Crixás, atingiu neste mês o menor nível já registrado para agosto desde o início da série histórica do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), iniciada há quase 30 anos. A situação evidencia os efeitos severos da estiagem prolongada que afeta o estado.
Em outros pontos do Araguaia, como Aruanã e Aragarças, os níveis também estão em patamar crítico, mas ainda não superaram os recordes anteriores. O cenário preocupa porque diversos rios goianos apresentam queda acentuada em suas cotas.
Segundo levantamento do Cimehgo, o Rio Paranã, em Flores de Goiás, está próximo do menor nível histórico para o mês de agosto. Já rios como o Meia Ponte, o Vermelho e o Turvo registram cotas abaixo da mediana, reforçando os impactos da seca que já ultrapassa 110 dias sem chuva em algumas regiões. A exceção é o Rio Saia Velha, em Valparaíso de Goiás, que mantém índices acima da normalidade para o período.
Risco de incêndios atinge 158 municípios
Além da crise hídrica, o Cimehgo alerta para o risco máximo de incêndios em Goiás. O chamado fator 30-30-30 — temperaturas acima de 30 °C, umidade relativa do ar abaixo de 30% e ventos acima de 30 km/h — coloca 158 municípios em situação crítica.
Entre as áreas mais vulneráveis estão importantes unidades de conservação, como o Parque Estadual dos Pireneus, a Serra de Caldas Novas e a Floresta Estadual do Araguaia.
O gerente do Cimehgo, André Amorim, reforça a importância de medidas preventivas: uso racional da água, combate a queimadas e atenção à saúde da população. “É fundamental evitar qualquer ação que possa gerar focos de fogo, além de manter a hidratação e restringir atividades físicas nos horários mais quentes do dia”, destacou.