O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), apresentou as contas de sua gestão à Comissão Mista da Câmara de Goiânia nesta quinta-feira, 2 de outubro. Os dados divulgados correspondem ao segundo quadrimestre de 2025. O prefeito esteve acompanhado pelo secretário da Fazenda, Valdivino de Oliveira, e por outros secretários municipais.
Durante a apresentação aos vereadores, Mabel informou que a receita total arrecadada no período atingiu R$ 6.647.750.072,00, o que representa um crescimento de 12,08% em comparação com o segundo quadrimestre de 2024. Descontada a inflação, o crescimento real foi de 6,61%. As receitas provenientes de impostos e taxas somaram R$ 2,68 bilhões, com destaque para o Imposto sobre Serviços (ISS), que arrecadou R$ 970 milhões, e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), com R$ 921 milhões.
A despesa total liquidada no primeiro quadrimestre de 2025 registrou uma queda de 5,99% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando R$ 5.904.849.244,00. A despesa com pessoal alcançou aproximadamente R$ 3 bilhões. Na área da saúde, foram aplicados 20,76% da receita corrente líquida, superando o mínimo exigido de 15%. Na educação, a aplicação foi de 20,06%, ficando abaixo do mínimo constitucional de 25%. O prefeito mencionou o repasse de R$ 89 milhões do Tesouro Municipal para a educação, a implementação do piso salarial dos professores (R$ 4.867,77) e bônus de R$ 850 para seis mil servidores administrativos. Além disso, 783 aparelhos de ar-condicionado foram instalados em escolas municipais. Na saúde, foram destacadas melhorias na gestão de maternidades públicas, com atendimento pediátrico 24 horas, e a aquisição de 22 novas ambulâncias para o SAMU.
Em relação aos alagamentos recentes causados por fortes chuvas em setembro, Mabel anunciou planos para modificações estruturais na Marginal Botafogo, incluindo a construção de quatro piscinões para contenção de água. Foi realizado o mapeamento de 119 pontos de alagamento e a limpeza de mais de 15 mil bueiros. O investimento previsto em obras de drenagem é de R$ 23 milhões, com foco na Marginal Cascavel. Na limpeza urbana, 1,1 milhão de toneladas de lixo e entulhos foram recolhidos por Comurg, Seinfra e Consórcio Limpa Gyn.
Para melhorar a fluidez do trânsito, o prefeito destacou a metronização do transporte coletivo, que permite aos ônibus circular a 23 quilômetros por hora, um aumento em relação aos 14 quilômetros por hora anteriores. A liberação de faixas à direita em mais de 70 cruzamentos resultou na redução de 50% no tempo de deslocamento nas principais avenidas. Mais de 93 quilômetros de ruas foram pavimentados ou revitalizados. Na iluminação pública, o consórcio Brilha Goiânia instalou 120 mil lâmpadas LED em 647 bairros, gerando uma economia de R$ 40 milhões por ano. Pesquisas de percepção indicam satisfação dos goianienses com as melhorias.
O prefeito informou que, no início de sua gestão, um relatório da comissão de transição do Governo apontou uma dívida de R$ 3,4 bilhões. A Prefeitura está em negociação com bancos e fornecedores para quitar esses débitos.
Antes da fase de questionamentos dos vereadores, o prefeito Sandro Mabel deixou o plenário, e as respostas foram conduzidas pelo secretário da Fazenda. A vereadora Aava Santiago (PSDB) expressou críticas à existência de um decreto de calamidade pública no município, dado o registro de superávit financeiro. Em resposta, o vereador Bessa (DC), líder do prefeito na Câmara, argumentou que o decreto de calamidade contribuiu para a obtenção do superávit. Os vereadores Coronel Urzêda (PL) e Cabo Senna (PRD) manifestaram descontentamento com a saída antecipada do prefeito, com Urzêda anunciando a intenção de apresentar um projeto para exigir a presença integral do prefeito em futuras prestações de contas. O presidente da Câmara, vereador Romário Policarpo (PRD), defendeu que a presença do prefeito não é obrigatória durante toda a sessão, pois a prestação de contas possui um caráter técnico, e não exclusivamente político.
Foto: Millena Cristina