A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) iniciou, nesta segunda-feira (30/06), uma intervenção emergencial no lixão operado pela empresa Ouro Verde, em Padre Bernardo (GO). A medida foi adotada em razão da inércia da empresa após o desabamento de uma montanha de lixo, ocorrido no dia 18 de junho, que resultou na contaminação do córrego Santa Bárbara.
De acordo com a Semad, cerca de 42 mil metros cúbicos de resíduos deslizaram para a grota, agravando o risco ambiental e sanitário na região. Entre as primeiras ações previstas, estão a remoção imediata do material, o desvio do córrego para conter o carreamento de resíduos e chorume, e o esvaziamento das lagoas de chorume no local.
Em relatório técnico, a Semad destacou que “se chegou ao limite das ações possíveis no âmbito técnico-operacional”, enfatizando o empenho das equipes, mas também a total ausência de resposta efetiva por parte da empresa responsável.
A Semad já prepara documentos para contratação emergencial de serviços e avalia medidas coercitivas contra a Ouro Verde, incluindo sanções mais rigorosas e articulação com outros órgãos de fiscalização, como ICMBio, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e prefeitura de Padre Bernardo.
No último fim de semana, a empresa Ouro Verde havia se comprometido a desviar o curso do córrego Santa Bárbara. No entanto, uma vistoria no dia 28 constatou que a proposta era tecnicamente inviável, desconsiderando aspectos como aumento do nível da água e as características do relevo.
Além disso, a empresa não executou medidas básicas e urgentes, como instalação de barramentos, bombeamento de água contaminada, monitoramento de qualidade da água ou ações junto à comunidade local.
O lixão Ouro Verde operava em Padre Bernardo amparado por decisão judicial. O caso reforça a necessidade de fiscalização rigorosa e de medidas imediatas para evitar danos ambientais de grandes proporções.