A quarta e última temporada de The Bear recoloca Chicago no centro do mapa cultural, ao usar a metrópole como protagonista e guia de um itinerário por atrações turísticas, bairros históricos e ícones da gastronomia. A produção do Hulu acompanha a transformação do negócio de família de Carmy Berzatto em um endereço de alta cozinha, enquanto apresenta a cidade como vitrine de turismo, cultura e economia criativa.
Entre cenas embaladas pelo aroma da pizza de massa alta, enquadramentos do horizonte urbano e visitas a restaurantes clássicos, a temporada aprofunda o mergulho na diversidade de bairros, no patrimônio arquitetônico e nas experiências gastronômicas que consolidam Chicago como destino internacional. O roteiro televisivo também reforça o impacto do audiovisual sobre o turismo cultural, ao destacar atrações, equipamentos e instituições locais.
Locações e experiências que definem a temporada
A nova leva de episódios faz um mapeamento afetivo e gastronômico da cidade, alternando entre casas premiadas, comercios de bairro e pontos de contemplação. O percurso passa por endereços que contam a história de Chicago e ajudam a entender seu apelo junto a moradores e visitantes.
No segundo episódio, o restaurante Alpana, no centro da cidade, ganha destaque. À frente da casa, Alpana Singh — a mais jovem e primeira sul-asiática a obter o título de Master Sommelier — aparece como ela mesma, aconselhando Carmy e Sydney sobre harmonizações. O menu de inspiração italiana e a carta de vinhos criteriosa emprestam sofisticação às cenas.

Inspirador para a trama e para a própria cidade, o lendário Mr. Beef — em River North — volta à tela como referência do sanduíche italiano de carne que ajudou a originar o universo do seriado. A visita reacende discussões sobre legado e futuro do restaurante dentro da narrativa.
A paisagem da orla também é coprotagonista. No nono episódio, Sydney faz uma pausa para reflexão diante do Lago Michigan, em um trecho com 29 quilômetros de trilhas, praias e parques que conectam o público a instituições do Museum Campus. A sequência explora o contraste entre natureza e skyline, marca registrada da cidade.
Endereços discretos entram em cena para mostrar a vida de bairro. No segundo episódio, o J&M Tap, bar sem sinalização na Ukrainian Village, surge com sua jukebox, clima despojado e drinks acessíveis — um retrato da sociabilidade local onde a conversa é protagonista.
Clássicos do café da manhã também têm lugar garantido. No oitavo episódio, o Lou Mitchell’s, com mais de um século de atividade, reafirma o status de instituição ao servir porções generosas e manter tradições como oferecer Milk Duds aos clientes.

Espaços culturais também ajudam a desenhar a narrativa. No oitavo episódio, o histórico Music Box Theatre, conhecido por independentes, estrangeiros e cult, empresta suas cortinas de veludo vermelho à sequência de pesadelo de Sydney, reforçando a veia cinéfila da cidade.
Já no quinto episódio, a personagem busca silêncio e clareza no Parque Margaret Hie Ding Lin, na Zona Sul, um espaço de comunidade com quadras e playgrounds que já foi cenário de comerciais com atletas do Chicago Bulls, como Michael Jordan e Derrick Rose.
A pizza ganha homenagem breve e saborosa: a Pequod’s, em Lincoln Park, aparece com sua borda caramelizada que conquistou fãs e virou assinatura local, lembrando que a pizza de Chicago segue entre tradição e reinvenção.
Cultura local em primeiro plano
Participações e humor
A temporada abre espaço para talentos da cidade. Alex Moffat, nascido em Chicago e egresso do The Second City, conhecido pelo Saturday Night Live, integra a equipe de cozinha na trama. Em memória recente, o episódio “Fishes” (2ª temporada) reuniu nomes como John Mulaney e Bob Odenkirk, reforçando a conexão da série com a cena de comédia local.
Trilha sonora com identidade
A curadoria musical segue celebrando a herança da cidade, com vozes como Mavis Staples e a sonoridade alternativa de Wilco, costurando emoções e paisagens urbanas.
Arte de rua e arquitetura
No episódio seis, os murais de Pilsen aparecem como aceno à potência criativa dos bairros e ao compromisso com a arte pública, evidenciando o papel da cultura como vetor de identidade e turismo.

A arquitetura é presença constante: do legado de Frank Lloyd Wright em Oak Park aos arranha-céus do Loop, a série enquadra a cidade como galeria a céu aberto, integrando história, design e vida cotidiana.
Sobre a série
Lançada com aclamação da crítica, The Bear acompanha a jornada de Carmy Berzatto ao tentar converter o açougue italiano da família em um restaurante de alto padrão, enquanto enfrenta dilemas pessoais e profissionais. Exibida no Hulu, a produção se destaca pelo retrato realista de cozinha, personagens complexos e pela maneira como transforma Chicago em parte indissociável da narrativa.
Para mais informações, visite choosechicago.com.