Sociedade civil critica rascunho da COP30 por falta de ambição nas metas climáticas em Belém

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Sociedade civil critica rascunho da COP30 por falta de ambição nas metas climáticas em Belém

Enquanto as discussões sobre o documento final da COP30 avançam em Belém, membros da sociedade civil expressam preocupação com a falta de comprometimento das nações em atingir as metas climáticas do Acordo de Paris, cujo propósito é limitar o aumento da temperatura global.

O Observatório do Clima critica a versão preliminar do texto, que não promove as propostas brasileiras para a transição dos combustíveis fósseis. Essa omissão favorece os LMDCs, grupos de países em desenvolvimento que priorizam a produção de petróleo. Stela Herschmann, especialista em política climática, enfatiza que a conferência não alcançará resultados satisfatórios se as desigualdades nas decisões persistirem:

“Não há menção a combustíveis fósseis nos textos, o que torna qualquer resposta aqui insuficiente. No que se refere ao financiamento, o programa de dois anos se enquadra nas demandas dos LMDCs. No entanto, a conexão feita com o artigo 9º, que atende a países desenvolvidos, deixará a expectativa dos LMDCs incerta sobre sua adequação.”

Desmatamento

Carolina Pasquali, que ocupa a posição de diretora executiva no Greenpeace Brasil, sublinha a falta de ambição nas metas climáticas, em especial no que diz respeito ao combate ao desmatamento:

“Os resultados necessários para as NDCs, que representam as metas dos países, não incluem um plano que permita limitar o aquecimento global a 1,5 °C. O que o presidente Lula mencionou, sobre a necessidade de um mapa do caminho para eliminar os combustíveis fósseis e alcançar o desmatamento zero até 2030, simplesmente desapareceu. Não temos mais nem diretrizes claras.”

Financiamento

Os ambientalistas também destacam a falta de comprometimento das nações desenvolvidas em apoiar financeiramente as nações em desenvolvimento. Contudo, Karen Oliveira, da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, vê um ponto positivo: a possibilidade de triplicar o fundo destinado à adaptação climática:

“O financiamento, que é um tema essencial, continua sendo uma incerteza. Embora tenhamos avançado com a adoção de indicadores, a necessidade de recursos para adaptação é urgente. Existe a expectativa de um compromisso para aumentar esse financiamento, mas as negociações ainda estão em curso.”

À medida que a conferência se aproxima do seu encerramento, o Brasil busca promover um esforço conjunto para destravar as negociações. É crucial lembrar que o consenso dos 194 países participantes da COP30 é necessário para a aprovação do documento final.

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