A cidade de Goiânia apresentou, nesta terça-feira (12/8), no Seminário Nacional NTU 2025, em Brasília, resultados que apontam redução de 30% no tempo de deslocamento no transporte coletivo onde a metronização já foi implantada. Os dados, divulgados pelo prefeito Sandro Mabel, reforçam a estratégia de mobilidade urbana e ganharam destaque nacional ao repercutirem em O Estado de São Paulo nesta quarta-feira (13/8), fortalecendo a pauta de mobilidade, economia urbana e impacto social na capital goiana.
Ao assumir a gestão, Mabel encontrou a velocidade média nas vias em 14 km/h e queda no número médio de viagens diárias por passageiro de 12 para 8. Com o programa Nova Mobilidade, a velocidade média dos ônibus avançou de 15 km/h para 22 km/h, com meta de alcançar 25 km/h, resultado que ajuda a reequilibrar a demanda e a tornar o sistema mais atrativo para a população e para o turismo de negócios que circula pela região metropolitana.
A metronização reorganiza o serviço com corredores exclusivos, prioridade semafórica e gestão do fluxo em cruzamentos para reduzir paradas e garantir previsibilidade. Trechos já operam entre o Terminal Novo Mundo e a Praça da Bíblia, e do Terminal Isidória à Praça Cívica. Em áreas tratadas, veículos que paravam cinco ou seis vezes a cada dez cruzamentos agora completam o percurso com, no máximo, uma parada. O próximo segmento a receber a tecnologia terá 6 km, entre as praças da Bíblia e Praça A, com início previsto até o fim do segundo semestre. A meta é alcançar 200 quilômetros de corredores em até quatro anos.

Medidas que aceleraram os ônibus
Além dos corredores com prioridade, a prefeitura adotou ações complementares: liberação da terceira faixa de ônibus para motos, onda verde com semáforos sincronizados, mais de 80 cruzamentos destravados com “direita livre”, modernização da frota (incluindo ar-condicionado) e desobstrução de vias com retirada de contêineres que comprometiam o fluxo urbano.
Investimentos e expansão da infraestrutura
O projeto de Goiânia prevê R$ 2,1 bilhões em investimentos privados ao longo de quatro anos para ampliar a mobilidade urbana, a integração modal e a modernização tecnológica. Estão planejados 36 corredores com faixas exclusivas para ônibus e bicicletas, integração com sistemas de bicicletas compartilhadas e incentivo à mobilidade ativa, em linha com políticas públicas de baixo carbono e de impacto social positivo.
Rede metropolitana e política tarifária
A capital integra a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), que abrange 21 municípios e 2,5 milhões de habitantes em mais de 7.000 km². A rede reúne 299 linhas fisicamente conectadas e opera com tarifa única integrada por meio do Bilhete Único Metropolitano. O subsídio tarifário é compartilhado entre o Estado (41,2%), a capital (41,2%) e os municípios conurbados (17,6%), o que contribui para manter uma das passagens mais baratas do país.
O que diz o prefeito
“Sou fã de transporte, fui dono de fábrica e tínhamos mais de 800 caminhões de entrega. Sempre estudei logística, custos, e reclamava das cidades em que o trânsito não andava. Aí quando me tornei prefeito me comprometi a colocar em prática tudo o que pensava de bom. Tem solução, tem condição de melhorar, o transporte público precisa ser olhado por outro ângulo, com olhar para a eficiência”, afirmou Sandro Mabel durante o evento.
Fotos: Alex Malheiros