A partir de segunda-feira (10/11), os produtores de algodão da Região 4 do Estado de Goiás deverão respeitar o vazio sanitário, uma medida obrigatória que se estenderá até 20 de janeiro de 2026. Essa ação tem como objetivo interromper o ciclo de reprodução do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), a principal praga que ameaça a cultura do algodão no Brasil, conforme estabelecido na Instrução Normativa nº 05/2025.
O presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Ricardo Caixeta Ramos, ressalta a importância de monitorar as áreas de pecuária na região, onde é comum o uso do caroço de algodão na alimentação animal. “A medida precisa abranger cuidados com algodoeiras, confinamentos e empresas que transportam caroço ou algodão em caroço, para evitar a liberação destes produtos e possíveis germinações”, enfatiza.
Segundo Leonardo Macedo, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, o vazio sanitário é crucial para evitar a multiplicação do bicudo-do-algodoeiro, que pode devastar até 70% das lavouras se a infestação não for controlada. “Essa técnica de manejo ajuda a interromper o ciclo reprodutivo da praga, prevenindo a sua disseminação”, explica.
O período de vazio implica a ausência total de plantas de algodão, tanto cultivadas quanto espontâneas, e a eliminação de restos culturais e rebrotas que possam abrigar estruturas reprodutivas da cultura. “Qualquer semeadura durante esse intervalo resultará na destruição da lavoura, além do cancelamento do Certificado de Destruição de Restos Culturais do Algodoeiro”, completa Macedo.
Durante essa fase, a fiscalização por parte dos agentes da Agrodefesa será intensificada, com foco na destruição adequada dos restos culturais. A eliminação deve ser realizada até 15 dias após a colheita, sem ultrapassar as datas estabelecidas para o início do vazio sanitário.
Atenção ao transporte
Recentemente, a Agrodefesa atualizou a Instrução Normativa nº 05/2025, que regulamenta o acondicionamento e transporte do algodão em caroço. As novas regras impõem critérios mais rigorosos para o transporte, visando evitar a sobrevivência e disseminação do bicudo durante as operações de algodoeiras e confinamentos.
“É essencial que as cargas estejam devidamente acondicionadas, com enlonamento total e amarração firme, além de uma limpeza rigorosa da carroceria. A vistoria final deve ocorrer antes da liberação da carga para prevenir o derramamento durante o percurso”, afirma Maxwell Carvalho, coordenador do programa estadual.
Municípios abrangidos
A Região 4 inclui os seguintes municípios, que precisam cumprir o vazio sanitário: Adelândia, Alto Horizonte, Amaralina, Americano do Brasil, Amorinópolis, Anicuns, entre outros. Um total de 65 municípios fazem parte dessa determinação, reforçando a necessidade de vigilância no combate ao bicudo-do-algodoeiro.
As outras regiões do estado também possuem seus períodos de vazio sanitário: a Região 1 terá de 15 de setembro a 25 de novembro; a Região 2, de 20 de setembro a 30 de novembro; e a Região 3, de 10 de setembro a 19 de novembro. A semeadura nas Regiões 1 e 3 ocorrerá no final de novembro, enquanto a Região 2 tem início em 1º de dezembro. A Região 4 iniciará sua semeadura em 21 de janeiro de 2026.


