Vereador Cristiano Zoi se despede emocionado da Câmara de Aparecida após cassação do mandato

Em meio a lágrimas e manifestações de apoio, colegas destacam a trajetória de trabalho e lamentam a saída do parlamentar, considerada por muitos como uma injustiça.

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Vereador Cristiano Zoi se despede emocionado da Câmara de Aparecida após cassação do mandato
Fotógrafo – Marcelo Silva

O plenário da Câmara Municipal de Aparecida foi tomado pela emoção na despedida do vereador Cristiano Zoi, que perdeu o mandato após decisão da Justiça Eleitoral. O parlamentar, conhecido por seu jeito simples e pela atuação direta nas comunidades, fez um discurso comovente ao se despedir dos colegas e dos eleitores.

Zoi começou agradecendo à população, aos apoiadores e à família pelo apoio durante o tempo em que esteve no cargo. “Quero agradecer à população de Aparecida, aos meus apoiadores, à minha mãe por ter me dado tudo isso que eu sou, aos meus filhos e à minha esposa”, disse, visivelmente emocionado.

Em tom de desabafo, o vereador lamentou a cassação e afirmou não compreender a decisão.  “A gente fica muito feliz pela manifestação dos parceiros aqui da Câmara, porque compreendo que demonstra que estamos no caminho certo. Levo com tristeza a perda do mandato, porque tínhamos um trabalho sério na cidade, e não houve nenhum erro da minha parte. É muito triste ver uma lei tão falha punir dessa forma, sabendo que há pessoas que politicamente matam, roubam a população e, às vezes, nem são cassadas, nem punidas pelo que fazem.

A cassação de Zoi ocorreu por questões partidárias, ligadas à legenda pela qual foi eleito. A Justiça entendeu que houve irregularidades no registro da candidatura, o que levou à perda do mandato, mesmo sem qualquer ato ilícito direto por parte dele. A vaga será assumida vereador Diogo Menezes  conhecido como Diogo Tufão.

Apesar de o processo seguir os trâmites legais, o sentimento entre os parlamentares foi de injustiça.

O vereador Gleison Flávio destacou a trajetória de Cristiano Zoi e lamentou a perda de um colega atuante: “Vamos estar perdendo um grande parlamentar, um rapaz muito humilde, trabalhador, chegou com vontade, com gás, mostrando projetos e requerimentos. Eu, particularmente, não tenho nada contra ele, e acredito que nenhum dos 24 vereadores tem. Tenho certeza que o Tufão, que está chegando, será bem-vindo e terá o apoio da gente, mas o Cristiano deixa sua marca na cidade.”

Já o vereador Dieyme Vasconcelos foi mais enfático e criticou a legislação que responsabiliza o candidato por falhas partidárias. “A responsabilidade não era só do vereador Cristiano, que infelizmente vai perder o mandato. A culpa não é dele. A responsabilidade é do presidente do partido, que não será penalizado. Isso é uma injustiça e precisa ser mudado na Câmara Federal.”

O clima no plenário misturava tristeza e solidariedade. O vereador Neto Gomes também se pronunciou, defendendo o legado de Zoi e prevendo seu retorno. “O Tufão fez o que qualquer pessoa faria: buscou o direito que a lei prevê. Será bem-recebido nesta casa. Mas não posso deixar de me solidarizar com o Cristiano, que conquistou o mandato com muito esforço e merece estar aqui. Está sendo injustiçado. Não é um adeus, é um até logo. Tenho certeza que ele voltará pelas portas da frente e continuará seu mandato com o mesmo empenho de sempre.”

A despedida terminou sob aplausos. Mesmo abatido, Cristiano Zoi reafirmou seu compromisso com Aparecida e garantiu que continuará atuando pela cidade, mesmo fora do cargo. “Eu posso sair da cadeira, mas o amor por Aparecida e pelo povo ninguém tira de mim. Vou continuar lutando, como sempre fiz.”

Homens conversam em conferência pública com painel ao fundo.
Fotógrafo – Marcelo Silva

Durante o tempo em que esteve na Câmara, Cristiano Zoi se destacou por projetos voltados à infraestrutura de bairros periféricos, melhorias em escolas municipais e incentivo à juventude através de esportes e cultura. Foi autor e coautor de diversas indicações e requerimentos voltados ao bem-estar da população. Seu mandato, embora curto, ficou marcado pela proximidade com o povo e pela defesa de uma política mais humana e participativa.

O caso reacendeu o debate sobre as brechas na legislação eleitoral e sobre a necessidade de reformular regras que punem candidatos por erros partidários, tema que deve voltar à pauta entre os vereadores e lideranças locais.

 

 

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