Na edição de hoje, rendemos homenagem a um ícone da fotografia, cuja obra transcendeu as lentes e se tornou um símbolo de arte, luta e reflorestamento. Este profissional imortalizou, entre outros momentos marcantes, a imagem da pequena Joceli Borges, uma garota sem-terra registrada em um assentamento rural. Esta fotografia se destacou na capa do livro “Terra”, publicado em 1997 pela Companhia das Letras, que ganhou um prefácio escrito pelo renomado José Saramago e foi lançado em conjunto com o CD “Terra”, de Chico Buarque.
Em 1998, o fotógrafo e sua esposa, Lélia Wanick Salgado, embarcaram em uma jornada de reflorestamento na Fazenda Bulcão, localizada em Aimorés, Minas Gerais. A propriedade, que já pertencia à família há mais de uma geração, passou por um processo significativo de recuperação da biodiversidade, promovendo um desenvolvimento rural sustentável às margens da Bacia do Rio Doce. Este projeto ambicioso resultou no plantio de cerca de 2,7 milhões de árvores, revitalizando aproximadamente 600 hectares de floresta. A área, antes desértica, voltou a abrigar uma rica diversidade de fauna e flora nativas, muitas delas ameaçadas de extinção.
A iniciativa foi um marco importante e deu origem ao Instituto Terra, uma ONG criada pelo casal, que tem como missão promover a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Um geólogo e especialista em recursos hídricos, que também preside a Fundação Florestal, teve a oportunidade de testemunhar o impacto positivo desse projeto e compartilha com entusiasmo a magnitude dessa obra.