No Instituto Nacional de Câncer (INCA), localizado no Centro do Rio de Janeiro, quatro voluntários estão se transformando em figuras icônicas da palhaçaria, proporcionando alegria aos pequenos pacientes internados. Vestidos com roupas vibrantes, jalecos e maquiagem marcante, os integrantes da Trupe Cabeça Oca têm encantado a ala infantil do hospital durante suas visitas. Desde 2022, a equipe de 50 voluntários realiza intervenções lúdicas em ambientes hospitalares, trazendo leveza e criatividade em momentos desafiadores.
A palhaça doutora Felícia, interpretada por Verônica Montenegro, destaca a importância dessa interação com as crianças. “Cada visita é um momento de memória afetiva muito forte. Quando chegamos, as crianças imediatamente entram em um mundo de imaginação. A troca de energia é incrível”, observa.
Trabalhando na função há um ano e meio, ela relembra casos emocionantes, como o de uma menina com câncer facial que, ao avistar a personagem, saiu correndo com um sorriso encantador ao pedir uma sombrinha emprestada. “Foi tocante vê-la dançando e se alegrando naquela situação”, conta Verônica.
Outro membro do grupo, a palhaça Cuca Lelê, vivida por Roseane Saraiva, também experimenta a satisfação em levar alegria a esses jovens. Ela realiza apresentações em unidades de saúde há três anos e menciona que, apesar do cansaço acumulado após horas de atuação, o sentimento de missão cumprida é recompensador. “Quando chego em casa, é que o cansaço bate, mas aqui durante a atividade, sinto apenas euforia”, afirma.
Ingrid Cristal, uma jovem de 18 anos que realiza tratamento no INCA há cinco, destaca o impacto emocional que os palhaços têm em sua jornada: “Eles nos fazem ver a vida com mais esperança e vontade de viver. É uma experiência única e inexplicável”, diz.
A mãe de uma pequena paciente, Tamires da Costa, que acompanha sua filha desde 2021, reconhece que os momentos proporcionados pelos palhaços aliviam a tensão do ambiente hospitalar. “Essas visitas transformam o dia a dia aqui, tirando o foco do tratamento e proporcionando uma sensação de leveza”, relata Tamires.
A iniciativa de humanização é coordenada pela área de Ações Sociais do INCA, que busca melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Bruna Rodrigues, coordenadora do setor, explica que realizar atividades lúdicas torna os pequenos pacientes mais leves durante as consultas e tratamentos. “Quando as crianças entram em contato com essa interação, elas ficam entretidas e mais dispostas ao tratamento, além de amenizar a carga emocional dos acompanhantes”, finaliza.
Fundado em janeiro de 1937, o INCA, ligado ao Ministério da Saúde, possui quatro unidades no Rio de Janeiro e atende pacientes de todo o Brasil. Aqueles que desejam apoiar ou participar de atividades voluntárias podem entrar em contato com o INCA Voluntário através do site oficial ou redes sociais.