No dia 3 de novembro, o Brasil homenageia a rápida evolução da participação feminina na política, marcando a institucionalização do direito ao voto das mulheres em 1930. Esse momento significativo representa não apenas uma conquista, mas a transformação de mulheres de cidadãs de segunda categoria em agentes ativos do processo democrático.
Historicamente, durante a primeira metade do século XX, o voto era restrito a homens ricos, um sistema que excluía a grande maioria da população, especialmente as mulheres. Somente em um contexto onde a condição financeira era determinante para o exercício da cidadania, a luta pelo direito ao voto se tornou emergente. Hoje, o direito ao voto é universal no Brasil, independentemente de sexo, identidade de gênero, cor da pele, etnia ou orientação sexual, embora o passado revele um cenário de privilégios exclusivos.
Uma figura emblemática nesse contexto é Almerinda Gama, uma das pioneiras do sufrágio feminino e importante representação da participação de mulheres negras na política brasileira. Sua história é recontada na obra da jornalista Cibele Tenório, que busca iluminar os caminhos muitas vezes ofuscados das mulheres negras na luta por seus direitos.
O livro destina-se a quebrar o silêncio em torno da história de Almerinda, ressaltando seu papel crucial na batalha pelo direito ao voto e pela equidade de gênero e raça no Brasil. A obra promociona a narrativa de uma mulher cuja vida exemplifica a interseccionalidade das lutas sociais.
Em uma entrevista, Cibele Tenório discorre sobre sua trajetória de pesquisa e o impacto que a vida de Almerinda teve na construção do feminismo negro e na política nacional. Além disso, o programa conta com a participação da advogada e professora da FGV Direito Rio, Ligia Fabris, que analisa os obstáculos que ainda limitam a efetiva participação das mulheres na política brasileira contemporânea.
