Belém, capital do Pará, se prepara para receber a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, de 10 a 21 de novembro. Este evento histórico ocorrerá pela primeira vez na região amazônica e será precedido pela Cúpula de Chefes de Estado, que acontece em 6 e 7 de novembro. Espera-se que cerca de 50 mil participantes, incluindo delegados, negociadores de países e 15 mil representantes de movimentos sociais, estejam presentes, com debates paralelos previstos na Cúpula dos Povos.
A COP30 visa estabelecer diretrizes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC até 2100, dando continuidade às acordos firmados nas conferências anteriores, especialmente na COP21, realizada em 2015, em Paris. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima irá apresentar um relatório intitulado “De Baku a Belém”, que foca em estratégias de financiamento para ações climáticas efetivas.
ministra Marina Silva reforçou a necessidade de transformar promessas em ações concretas durante o evento. Ela enfatizou que a COP30 deve ser um marco de implementação, ao invés de mais debates vazios.
O Balanço Ético Global é um convite à reflexão. Trás à tona que a ação climática demandará uma ética reforçada, uma liderança moral. Esperamos que a COP30 sirva como um grande esforço para implementar acordos precedentes, criando novas estruturas políticas, éticas e econômicas que ajudem a evitar não apenas um colapso climático, mas também a crise no multilateralismo climático que está em risco.
O Brasil delineou seis eixos temáticos para essa conferência, abordando temas como gestão de florestas, transição energética e a construção de resiliência nas cidades. Essas ações são fundamentais para preparar os centros urbanos para enfrentar desastres naturais, incluindo enchentes e secas, aumentando a capacidade de adaptação e recuperação.
Um total de 30 objetivos foi definido, incluindo:
- triplicar a utilização de energias renováveis;
- cessar e reverter o desmatamento e a degradação florestal;
- recuperar terras agrícolas degradadas;
- promover construções sustentáveis e resilientes;
- fomentar compras governamentais alinhadas a critérios climáticos.
Os desafios que cercam a COP30 são expressivos, sobretudo com a promessa de pelo menos 125 dos 198 países signatários se debruçarem sobre novas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa até o fim de 2023. Essa expectativa contrasta com a postura dos Estados Unidos, que se afastaram do Acordo de Paris, minando a confiança nas colaborações internacionais e a alocação de recursos às Nações Unidas.
Com sonoplastia de Jailton Sodré.
