A cidade de Cristalina (GO) acaba de conquistar um marco que muda o patamar do seu principal ativo econômico: o quartzo. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu à cidade a certificação de Indicação Geográfica (IG) de Procedência para seus cristais. Isso significa que, a partir de agora, o cristal de Cristalina passa a ter reconhecimento oficial de origem, autenticidade e qualidade.
Localizada entre Brasília e Goiânia, a cidade repousa sobre o maior domo de cristal lemuriano do mundo — uma formação geológica única, que atrai desde investidores e turistas até terapeutas e estudiosos da energia mineral.
Com o selo, produtores locais poderão aplicar a identidade “Cristal de Cristalina” nos seus produtos, garantindo sua procedência e protegendo o nome da cidade de uso indevido. O resultado prático? Mais valor de mercado, mais competitividade, geração de renda e novos negócios.
Segundo William Souto, vice-presidente da Associação dos Artesãos, Garimpeiros e Mineradores de Cristalina, esse reconhecimento é uma vitória de anos:
“Temos a maior reserva de cristal do mundo, mas não tínhamos um documento oficial. Agora podemos emitir o selo de origem.”
Gabriel Pereira de Souza, presidente da mesma associação, destaca o impacto direto:
“Agora temos um diferencial competitivo comprovado.”
Ele também reconheceu o apoio do Sebrae Goiás, que atuou em todo o processo de certificação.
Para Cléber Chagas, gerente regional do Sebrae, o selo deve impactar toda a cadeia produtiva:
“Vamos ter mais negócios, mais turismo, mais valorização local.”
E segundo Athos Valladares, coordenador de Inovação do Sebrae:
“O selo evita o uso indevido do nome, agrega valor ao produto e pode gerar mais empregos e renda.”
Os cristais com selo IG seguem técnicas modernas de aceleração eletrônica, que reproduzem processos naturais milenares e potencializam cores raras como o ‘green gold’, exclusividade do Vale dos Cristais.
Com isso, Cristalina agora faz parte do grupo seleto de produtos goianos certificados, como o Açafrão de Mara Rosa e a Prata de Pirenópolis. Outros produtos tradicionais de Goiás estão na fila para o mesmo reconhecimento.