Palácio do Catete Recebe Exposição de Carlos Latuff
A reabertura parcial do Palácio do Catete, em Rio de Janeiro, aconteceu com uma nova exposição do chargista Carlos Latuff, intitulada “Crônicas de uma Barbárie”. O espaço, que abriga o Museu da República, foi fechado desde fevereiro para reformas e agora volta a abrir suas portas ao público, apresentando uma reflexão artística sobre os desafios enfrentados durante a pandemia de Covid-19, além de reter parte da história do ex-presidente Getúlio Vargas.
A exposição foi desenvolvida por Latuff ao longo da pandemia e é dividida em três núcleos. O primeiro ambiente contextualiza o cenário político anterior à crise sanitária, oferecendo uma visão sobre o processo criativo do artista, incluindo seus materiais de trabalho. Em seguida, a segunda sala foca nas consequências trágicas da pandemia, retratando a perda de vidas entre os brasileiros. Por fim, a terceira parte é uma homenagem aos profissionais da saúde que lutaram contra o negacionismo e promoveram a vacinação.
Latuff enfatizou a relevância do trabalho dos trabalhadores da saúde: “Quando falamos sobre a linha de frente da Covid-19, os enfermeiros e médicos eram como guerreiros em um campo de batalha. Muitos desses profissionais também perderam suas vidas nessa luta”. Além disso, ele sublinha a importância de lembrar os artistas que faleceram devido à pandemia, incluindo Paulo Gustavo e Aldir Blanc, que inspiraram leis federais para apoio à cultura em tempos difíceis.
Com um acervo de aproximadamente 2.000 obras, resultados de uma colaboração duradoura com o Museu da República desde 2018, Latuff já doou charges que tratam de questões como direitos humanos, desigualdade social e problemáticas políticas que afetam tanto o Brasil quanto o mundo. A coleção inclui desenhos, publicações, fotografias e até materiais pessoais do artista, como suas canetas de trabalho.
A mostra “Crônicas de uma Barbárie” foi inaugurada em 16 de julho e ficará disponível ao público por três meses, com entrada gratuita, oferecendo uma valiosa oportunidade de reflexão sobre a sociedade contemporânea e os desafios enfrentados nos últimos anos. A reabertura do Palácio do Catete representa não apenas uma volta à normalidade, mas também um chamado à consciência social e cultural.