A cultura dos memes, um fenômeno digital caracterizado por imagens e vídeos humorísticos ou críticos, é tema de uma exposição inovadora no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília. A mostra “MEME: no Br@sil da memeficação” está em cartaz até 1º de março e apresenta uma análise abrangente dessas formas de comunicação visual, refletindo sobre seu impacto social e estético.
Dividida em seis núcleos, a exposição inclui uma variedade de expressões artísticas, como esculturas, figurinos, quadrinhos, pinturas, instalações sonoras e experiências interativas, demonstrando a riqueza da linguagem dos memes no contexto contemporâneo.
Além de criadores de conteúdo digital, a mostra conta com a participação de renomados artistas da arte contemporânea brasileira, como Anna Maria Maiolino, Gretta Sarfaty, Nelson Leirner e Claudio Tozzi. A curadora Clarissa Diniz destaca que a ideia surgiu da observação do crescente protagonismo dos memes, especialmente na última década e acentuado pela pandemia de covid-19, quando a comunicação digital tornou-se essencial.
Clarissa também explicou que a curadoria foi realizada levando em conta não apenas os memes tradicionais, mas também outras expressões culturais como o carnaval, eventos políticos, como a eleição do bode Ioió em 1922, e obras clássicas que são frequentemente vistas em museus. Esses elementos foram reunidos para dialogar com a temática da memificação na cultura brasileira.
Programas humorísticos que fazem paródias de figuras políticas desde os anos 80, como TV Pirata e o Porta dos Fundos, também estão representados na exposição. Isso contribui para uma reflexão sobre o papel do humor na sociedade, abordando suas dimensões políticas e as responsabilidades sociais e éticas envolvidas. A curadora observa que há um aumento de humoristas atuais, tanto nas redes sociais quanto fora delas.
A recepção da exposição tem sido amplamente positiva. Clarissa Diniz aponta como os memes ressoam em diferentes comunidades e grupos sociais, refletindo não apenas questões geracionais, mas também sociais e de gênero. Os visitantes têm destacado aspectos específicos da mostra que dialogam com suas próprias experiências e vivências.
Com entrada gratuita, “MEME: no Br@sil da memeficação” já passou por São Paulo e seguirá para Belo Horizonte e Rio de Janeiro, encerrando um ciclo de exposições que explora a intersecção entre arte e a cultura digital moderna.
