O Ministério de Portos e Aeroportos lançou, na última segunda-feira (22), uma nova fase da campanha “Assédio Não Decola, Feminicídio Também Não”, em aeroportos brasileiros, com destaque para a apresentação no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O evento contou com a presença do ministro Silvio Costa Filho e introduziu peças educativas que serão veiculadas em terminais e aeronaves, visando transformar esses locais, de alta circulação, em espaços de conscientização e proteção contra a violência de gênero.
A iniciativa é parte da segunda fase da campanha “Assédio Não Decola”, que teve início em maio de 2023, e ocorre em colaboração com a Agência Nacional de Aviação Civil e a Associação Brasileira das Concessionárias de Aeroportos. O foco é informar trabalhadores do setor aéreo e passageiros sobre prevenção, identificação de riscos e canais de denúncia. A ação visa criar uma rede de proteção e conscientização para todos que transitam nos aeroportos.
Durante a apresentação, o ministro enfatizou a relevância social da campanha e a necessidade de sensibilização em torno do feminicídio, que continua a ser um problema crítico no Brasil. “Infelizmente, todos os dias, mulheres são vítimas de feminicídio. Essa campanha busca conscientizar a população sobre a importância de cuidar desse tema”, afirmou.
Os aeroportos, considerados locais com grande fluxo de pessoas, são destacados como plataformas estratégicas para promover a denúncia e a prevenção de violações contra as mulheres. O ministro reiterou a importância da colaboração entre a sociedade e as agências de segurança para fortalecer esta rede de proteção.
Como parte da campanha, serão disponibilizados cartazes, vídeos e materiais informativos nos terminais, além de informações sobre canais oficiais de denúncia, como o Ligue 180. A orientação será voltada tanto para vítimas quanto para testemunhas, que poderão buscar ajuda nos balcões de informação e com os comissários de bordo.
Os dados mais recentes sobre feminicídio no Brasil, divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, revelam um aumento alarmante: em 2024, foram registrados 1.492 assassinatos de mulheres, a maior taxa desde a tipificação do crime em 2015, o que resulta em uma média de quatro mortes diárias. A maioria dos crimes acontece em ambiente domiciliar, em sua maioria cometidos por companheiros ou ex-companheiros.
A gerente do Programa Mulheres na Aviação da Anac, Ana Mota, destacou a responsabilidade coletiva no combate à violência, apoiando iniciativas que promovem um ambiente de respeito e segurança na aviação. “É vital que nenhuma forma de violência seja tolerada. Nossos programas, como ‘Asas para Todos’ e ‘Mulheres na Aviação’, trabalham alinhados com esses objetivos”, concluiu.

