Iata realiza Simpósio Mundial de Sustentabilidade em Hong Kong para acelerar descarbonização da aviação
A Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata) confirmou a terceira edição do Simpósio Mundial de Sustentabilidade (World Sustainability Symposium – WSS) em Hong Kong, China, nos dias 21 e 22 de outubro de 2025. Com a Cathay Pacific como anfitriã, o evento reunirá lideranças de aviação, energia, finanças e governo para impulsionar a meta setorial de zerar emissões líquidas de CO2 até 2050, em um encontro estratégico para a cidade e para o ecossistema global do setor. O evento é relevante para o calendário de negócios e turismo, com foco em inovação e economia de baixo carbono.
É a primeira vez que o WSS acontece na Ásia. “Com o Simpósio chegando à Ásia pela primeira vez, estamos honrados por Hong Kong ter sido escolhida como sede e a Cathay Pacific como companhia aérea anfitriã”, disse Ronald Lam, CEO do Cathay Group. Segundo ele, a cooperação entre setores e reguladores é decisiva para a descarbonização e para o desenvolvimento do ecossistema de Combustível Sustentável de Aviação (SAF), no qual Hong Kong pode se firmar como hub regional.
Para a Iata, o ritmo da transição ainda depende de maior compromisso fora das companhias aéreas. “As companhias estão totalmente comprometidas em atingir zero emissões líquidas de carbono até 2050. Porém, não vimos ações suficientes e oportunas por parte de formuladores de políticas, fabricantes aeroespaciais, empresas petrolíferas ou produtores de combustível”, afirmou Willie Walsh, diretor geral da Iata, classificando o encontro como um chamado para acelerar a transformação energética do transporte aéreo.
O WSS foi agendado para capitalizar os desdobramentos da 42ª Assembleia da Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci), que defende políticas públicas mais robustas para ampliar o uso de SAF e fortalecer a integridade do programa Corsia de compensação e redução de carbono. O simpósio também antecede a COP30, conectando marcos regulatórios globais a medidas práticas voltadas à indústria, governos e finanças.
Agenda e temas centrais
Entre os objetivos anunciados para acelerar a descarbonização do setor estão:
- Remover barreiras à expansão da produção de SAF;
- Mobilizar financiamento estimado em US$ 4,7 trilhões para a transição da aviação;
- Integrar tecnologias emergentes de empresas estabelecidas e startups;
- Ampliar a colaboração em toda a cadeia de valor.
O programa prevê discurso de boas-vindas de Ronald Lam e abertura por Mable Chan, Secretária de Transportes e Logística do Governo de Hong Kong. Em seguida, haverá uma conversa de liderança entre Patrick Healy, presidente do Cathay Group, e Willie Walsh sobre avanços e gargalos da descarbonização.
Palestrantes e instituições
O WSS reunirá especialistas internacionais dos setores de finanças, logística, tecnologia e gestão de riscos climáticos. Entre os nomes confirmados estão:
- Dr. Jun Ma, presidente e chairman da Associação de Finanças Verdes de Hong Kong;
- Dr. Fabiano Piccino, chefe global de Sustentabilidade em Logísticas Aéreas na Kuehne+Nagel;
- Jouk Boeye, diretor executivo de Sourcing Corporativo, Sustentabilidade da Cadeia de Suprimentos e Operações de Zero Emissões Líquidas de CO2 no HSBC;
- Christopher Au, diretor do Centro de Risco Climático da Ásia-Pacífico na WTW;
- Ayesha Choudhury, diretora comercial na Infinium.
“O WSS é onde as companhias aéreas e todas as partes interessadas se reúnem para desenvolver o entendimento e as políticas necessárias para alcançar a sustentabilidade financeira e ambiental das companhias aéreas”, afirmou Marie Owens Thomsen, vice-presidente sênior de Sustentabilidade e economista-chefe da Iata.
“É uma plataforma de colaboração, envolvendo todas as disciplinas e setores, e onde esforços podem ser coordenados para trazer soluções práticas ao mercado. A descarbonização do setor aéreo não é apenas uma questão da indústria, mas parte da transição energética global que abrange toda a economia mundial. Se tratada como tal, adotando uma abordagem que abrange políticas, energia e finanças, agricultura, tecnologia e mais, será possível atingir zero emissões líquidas de CO2 até 2050”, concluiu Thomsen.