O cartunista brasileiro Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, amplamente conhecido como Jaguar, faleceu neste domingo no Rio de Janeiro, aos 93 anos, após complicações decorrentes de uma pneumonia. Ele estava sob cuidados médicos no hospital Copa D’Or na capital fluminense.
Natural do Rio de Janeiro, Jaguar lançou sua carreira na imprensa em 1952, colaborando com a famosa revista Manchete. Seu nome artístico foi sugerido pelo fellow cartunista Borjalo, refletindo a riqueza de sua trajetória na arte cômica.
Contribuições ao jornalismo brasileiro
Jaguar também é memorável por ter cofundado, em 1969, o icônico jornal satírico O Pasquim, durante o regime militar. Juntamente com outros notáveis, como Tarso de Castro e Sérgio Cabral, o periódico se destacou por sua crítica incisiva ao governo da época, unindo vozes contra a repressão através da arte e do humor.
No Pasquim, Jaguar introduziu o personagem rato Sig, que se tornou uma emblemática alegoria ao psicanalista Sigmund Freud. O rato era frequentemente visto nas capas e nas primeiras páginas das matérias, simbolizando a luta pela liberdade de expressão naquele período conturbado.
Personagens memoráveis
Além de Sig, Jaguar criou outros personagens célebres, como Gastão, o vomitador, e Boris, o homem tronco, além de obras como Chopnics. Sua carreira também se estendeu a veículos respeitáveis, como Senhor, Jornal do Brasil, Última Hora e O Estado de São Paulo.
Ele exerceu paralelamente a função de escriturário no Banco do Brasil por 17 anos, cargo que deixou em 1971 para se dedicar integralmente à sua arte.
Retorno ao jornalismo satírico
Em 1999, Jaguar retomou seu envolvimento com o jornalismo satírico, colaborando na revista Bundas, ao lado de Ziraldo e outros veteranos do Pasquim. No início dos anos 2000, ele lançou obras significativas, como Ipanema – Se Não Me Falha a Memória, em 2000, onde revela memórias do icônico bairro carioca, e Confesso que Bebi, Memórias de um Amnésico Alcoólico, de 2001, que narra suas vivências na vida boêmia do Rio.
Jaguar foi pai da escritora Flávia Savary e de Pedro Jaguaribe, que faleceu em 1999, ambos frutos do seu relacionamento com a poetisa Olga Savary. Recentemente, ele compartilhou a vida com a médica Célia Regina Pierantoni, até sua morte.