O passaporte brasileiro alcançou a 16ª posição no Henley Passport Index de 2025, conforme anunciado na última terça-feira (22). Com a possibilidade de acesso a 170 destinos sem a necessidade de visto, o Brasil se iguala a Argentina e San Marino. Apesar desse progresso, ainda está atrás do Chile, que se destaca como o líder na América do Sul com 176 locais disponíveis e ocupa a 14ª posição no ranking.
Este índice é desenvolvido pela consultoria Henley & Partners e utiliza dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), analisando 199 passaportes pela quantidade de países que podem ser visitados sem visto antecipado.
Embora tenha avançado na classificação, os cidadãos brasileiros ainda enfrentam a exigência de visto para ingressar em destinos importantes, como os Estados Unidos. Por outro lado, em 2025, o passaporte brasileiro foi favorecido devido a acordos bilaterais, incluindo a isenção de visto concedida pela China e a diplomacia mais robusta com países da América do Sul, África e Oriente Médio.
Cingapura permanece na liderança; EUA e Reino Unido enfrentam recuo
O passaporte de Cingapura continua sendo o mais forte do mundo, permitindo acesso a 193 destinos sem a necessidade de visto. Em seguida, aparecem o Japão e a Coreia do Sul, com 190 destinos, enquanto sete países da União Europeia — incluindo Alemanha, França, Itália, Espanha, Dinamarca, Finlândia e Irlanda — têm acesso a 189.
Portugal ocupa a quarta posição, dividindo espaço com mais seis nações europeias, enquanto a Grécia, Suíça e Nova Zelândia estão em quinto. A única nação fora da Europa e Ásia no Top 10 é a Nova Zelândia. No extremo oposto do ranking, o Afeganistão mantém sua posição como o passaporte menos aceito globalmente, permitindo acesso a apenas 25 países.
A Reino Unido e os Estados Unidos seguem em queda. O Reino Unido agora ocupa a 6ª posição, com 186 destinos, enquanto os EUA estão em 10º lugar, com 182. Esta é a primeira vez em 20 anos que os Estados Unidos correm o risco de sair do Top 10 do índice.
Christian Kaelin, criador do ranking, destaca que a diplomacia ativa é crucial. Países que mantém acordos de isenção de visto costumam subir no ranking, ao passo que aqueles que impõem restrições tendem a cair.
Avanços na Ásia e interferências no setor de turismo
A Índia registrou o maior salto no semestre ao passar da 85ª para a 77ª posição, com acesso liberado a 59 países. Já a Arábia Saudita acrescentou quatro novos destinos ao seu portfólio sem visto, subindo para a 54ª colocação, com 91 destinos disponíveis.
Nos últimos dez anos, a China avançou 34 posições na lista, passando da 94ª para a 60ª. Em 2025, o país concedeu isenção de visto a mais de dez nações, incluindo membros do Conselho de Cooperação do Golfo e países sul-americanos como Brasil, Argentina, Chile e Uruguai.
Esse movimento indica uma crescente abertura da China e se alinha ao aumento do setor aéreo na região Ásia-Pacífico, onde a Iata reportou uma alta de 9,5% na demanda no primeiro semestre de 2025. Willie Walsh, diretor-geral da Iata, afirmou que, apesar das incertezas econômicas e geopolíticas, a confiança dos consumidores se mantém forte, refletida em reservas antecipadas robustas para a alta temporada no Hemisfério Norte.
Situação do Brasil e exigências de visto para estrangeiros
Em abril de 2025, o Brasil reimplementou a exigência de visto para turistas dos Estados Unidos, Austrália e Canadá, uma medida que havia sido suspensa anteriormente. Essa decisão foi formalizada por meio de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revertendo uma política estabelecida em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro.
A última década testemunhou a ascensão de 80 passaportes, que ganharam pelo menos dez colocações no índice, enquanto 16 passaportes, como os da Venezuela (-15), Estados Unidos (-8), Vanuatu (-6), Reino Unido (-5) e Canadá (-4), tiveram quedas significativas.
Juerg Steffen, CEO da Henley & Partners, observa que cidadãos de países como Estados Unidos e Reino Unido estão cada vez mais buscando opções alternativas de residência e cidadania. Segundo ele, “o passaporte não é apenas um documento de viagem; ele representa a influência diplomática do seu país e suas relações internacionais”.
Essa análise sobre mobilidade internacional e a evolução dos passaportes destaca as dinâmicas que estão moldando o cenário global atual. Fique atento para mais informações sobre desenvolvimentos no setor de turismo e nas relações internacionais.