Uma disputa judicial de mais de oito décadas pela Fazenda Antinha de Baixo, em Santo Antônio do Descoberto, Goiás, tem sido objeto de apoio do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Movimento Sem Terra (MST) à ocupação de terras. Analistas políticos sugerem que essa movimentação pode estar relacionada às eleições de 2026 e a um possível desgaste do governador Ronaldo Caiado, cujo primo é um dos herdeiros da propriedade.
A situação envolve a participação do PT, MST e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que têm oferecido suporte aos ocupantes. O INCRA, por sua vez, apresenta a tese de que as terras possuem origem quilombola, o que, em sua interpretação, justificaria a permanência dos ocupantes. Este caso se insere no contexto de mais de 250 mil processos de conflitos fundiários registrados no Brasil.
O deputado estadual Mauro Rubem (PT) e a deputada federal Érika Kokay (PT) são figuras que têm liderado o movimento de apoio aos ocupantes. Ambos estiveram na Fazenda Antinha de Baixo, onde gravaram vídeos e discursaram para moradores e integrantes do MST. Fotos divulgadas em redes sociais mostram os políticos junto a manifestantes que utilizavam bonés da CUT.
A atuação do PT no caso, segundo analistas políticos, pode ter dois objetivos. Em nível regional, busca-se angariar apoio eleitoral entre as famílias dos ocupantes e defensores de causas ligadas à reforma agrária, como o MST. Em âmbito nacional, a ação é vista como uma forma de impactar a imagem do governador Ronaldo Caiado, que é pré-candidato à Presidência da República e pode ser um adversário do presidente Lula nas eleições de 2026.
Apesar das intenções políticas atribuídas, analistas ponderam que o objetivo de desgastar Caiado pode não se concretizar. O governador não possui ligações diretas com o caso, e sua postura política é historicamente contrária aos movimentos de ocupação de terras. O primo de Caiado, Murilo Caiado, é afetado pelos mesmos grupos que o governador tem confrontado ao longo dos anos.
No aspecto jurídico, especialistas alertam para as possíveis consequências legais. Caso seja comprovado o uso de instituições públicas para fins considerados ilícitos ou político-partidários, com a utilização indevida de recursos e estrutura estatal, os servidores e agentes públicos envolvidos poderão ser responsabilizados legalmente.