A seca se intensificou entre os meses de março e abril, afetando todos os estados do Nordeste e as regiões de Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. No Nordeste, a situação é especialmente crítica, com 29% do território enfrentando condições de “seca grave”. Em Pernambuco, a estiagem persiste há oito meses, o que é alarmante, visto que a última vez que uma seca dessa duração ocorreu foi em 2017. Na região Sul, a seca também é preocupante, com 90% do território afetado.
Por outro lado, em pelo menos sete estados — Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins — o fenômeno foi menos severo no mês passado. Nos demais estados e no Distrito Federal, as condições de seca se mantiveram estáveis ou ausentes. No Pará, a situação é favorável, enquanto em Rondônia e Roraima, o volume de chuvas foi superior à média durante abril. Contudo, mesmo um quadro de estabilidade pode ser preocupante; o Distrito Federal, por exemplo, enfrenta clima considerado “seco” há 12 meses consecutivos, a última vez que isso ocorreu foi há cinco anos.
Em termos de extensão, a área afetada pela seca registrou uma redução no último mês, passando de 6,3 milhões de km² para 4,6 milhões de km², o que equivale a mais da metade do território brasileiro. O Monitor de Secas, que segue um modelo de acompanhamento contínuo similar ao utilizado nos Estados Unidos e no México, é uma ferramenta crucial para o planejamento e execução de políticas públicas relacionadas ao fenômeno.