O Ministério do Turismo, por meio de sua secretária executiva Ana Carla Lopes, reafirmou seu compromisso com a igualdade salarial durante um evento em Brasília voltado à divulgação do 3º Relatório de Transparência Salarial, realizado em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério das Mulheres. A cerimônia teve como destaque o alarmante dado de que as mulheres ainda recebem, em média, 20,9% menos que os homens no Brasil.
O relatório, que analisa as remunerações em mais de 53 mil empresas com 100 ou mais funcionários, revelou que a média salarial masculina é de R$ 4.745,53, enquanto a feminina é de R$ 3.755,01. Estes números refletem um aumento na desigualdade em relação aos anos anteriores, quando a disparidade foi de 19,4% e posteriormente de 20,7%. A secretária enfatizou a importância desses dados como ferramentas para conscientização e a necessidade de políticas de igualdade no trabalho.
Ana Carla Lopes também destacou que, atualmente, 54% dos cargos de chefia do Ministério do Turismo são ocupados por mulheres, um avanço significativo em um setor onde elas representam a maioria da força de trabalho — 54% globalmente e 52% na América Latina. Segundo a secretária, assegurar igualdade de remuneração é crucial para reconhecer o valor do trabalho feminino e para o desenvolvimento econômico do país.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, também esteve presente e ressaltou a urgência de lidar com as desigualdades salariais, destacando as disparidades raciais e o impacto financeiro nas vidas das mulheres que sustentam suas famílias. Cida apontou que mulheres negras enfrentam uma desigualdade ainda maior, ganhando 50% a menos que os homens.
Apesar dos desafios, o relatório trouxe à tona algumas mudanças positivas, como o aumento do número de empresas onde a diferença salarial entre gêneros é inferior a 5%, indicando uma evolução na cultura organizacional brasileira. O secretário executivo do MTE, Francisco Macena, reforçou a necessidade de que as informações fornecidas pelas empresas contribuam para a formulação de políticas públicas que combatam a desigualdade no trabalho.
O evento também marcou o lançamento do Guia para Negociação Coletiva da Lei da Igualdade Salarial, destinado a orientar sindicatos e empresas na criação de ambientes de trabalho mais justos e equitativos.