O Complexo Oncológico de Referência de Goiás (Cora) está revolucionando a reabilitação oncológica para crianças e adolescentes. A unidade, inaugurada em junho de 2025, agora incorpora tecnologias robóticas de ponta para melhorar a recuperação de pacientes pediátricos em tratamento contra o câncer. Essa iniciativa visa proporcionar um atendimento mais humanizado e acessível pela rede pública de saúde.
A implementação de equipamentos de última geração, desenvolvidos por uma renomada empresa suíça, fortalece o Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo maior acesso a terapias complexas. Inicialmente, cerca de 30 jovens pacientes já estão se beneficiando dessa abordagem inovadora.
Esses pacientes apresentam sequelas como fraqueza muscular, alterações neurológicas e diminuição da resistência física, resultantes tanto da doença quanto dos efeitos adversos de tratamentos como a quimioterapia e as cirurgias.
Inovação na reabilitação pediátrica
Entre os robôs utilizados no processo de recuperação, destaca-se o Lokomat, uma esteira equipada com um exoesqueleto que auxilia pacientes com dificuldades de marcha. Esse equipamento realiza movimentos repetitivos, proporcionado controle sobre o peso corporal e feedback visual.
Outro dispositivo importante é o Andago, que promove o treino de marcha em ambientes reais, permitindo maior liberdade ao paciente. Equipamentos como o Armeo Power e o Armeo Spring são focados na reabilitação dos membros superiores, possibilitando exercícios que envolvem tanto atividades leves quanto intensivas. O C-Mill, com suas projeções visuais, contribui para o treinamento de marcha, equilíbrio e coordenação postural.

Avanços nas recuperações
Resultados positivos têm sido observados nas crianças em reabilitação. A fisioterapeuta técnica, Diene Watanabe de Matos, destaca melhorias significativas no padrão de marcha, equilíbrio e coordenação motora. Além disso, a integração da robótica possibilita um treinamento personalizado, ajustando a intensidade e a assistência conforme as necessidades de cada jovem paciente.
“A robótica permite treinos personalizados que aceleram a reaprendizagem motora, garantindo segurança e eficácia”, observa Diene.
Ademais, a experiência de reabilitação se torna mais atrativa, utilizando jogos e estímulos visuais, o que pode aumentar a adesão das crianças ao tratamento. A transformação da reabilitação em uma atividade lúdica e motivadora é um dos grandes diferenciais da abordagem do Cora.
Romilda Cruzara, avó da pequena Laura, de 7 anos, que faz tratamento contra um tumor cerebral, relata a evolução notável da neta. Laura, após ser diagnosticada aos quatro anos, apresentou dificuldades motoras que vêm sendo superadas com o uso da tecnologia.
“Ela já consegue andar melhor e movimentar a mão direita. O atendimento aqui é de ponta, tudo em um só lugar”, conta Romilda.
A experiência de Laura também reflete o entusiasmo dos pacientes. Em suas palavras: “Gosto de fazer reabilitação aqui porque eu vou jogando. Isso me ajuda muito!”
Apolo Henrique, de 13 anos, que se encontra em reabilitação após descobrir um nódulo no osso, expressa sua felicidade ao conseguir andar sem muletas. Para ele, o tratamento é uma nova chance. “Estou muito feliz e quero voltar a jogar bola logo”, afirma.
Compromisso com a inovação e humanização
O diretor-geral do Cora, Rafael Mendonça, reafirma o compromisso do governo com a saúde pediátrica ao implementar tecnologias de vanguarda. O Cora destaca-se como o primeiro hospital público estadual brasileiro totalmente dedicado ao tratamento do câncer infantil.
“A junção de tecnologia de ponta e atendimento humanizado torna o Cora uma referência nacional, assegurando que crianças recebam cuidados inovadores”, comenta Mendonça.
Dados sobre o Complexo Oncológico
Desde sua inauguração, a unidade já registrou 243 novos casos, com 101 diagnósticos oncológicos confirmados. Desses, 46 pacientes iniciaram tratamentos variados, como cirurgias e quimioterapias. Em apenas seis meses, foram realizadas 611 cirurgias e mais de 4.000 consultas médicas.
Com um investimento de R$ 255 milhões, o Cora disponibiliza tratamento de alta complexidade, evitando que as famílias precisem se deslocar para outros estados. A infraestrutura da unidade inclui tecnologias inovadoras, como uma ressonância magnética integrada ao centro cirúrgico, otimizando o atendimento com agilidade e segurança.

