A partir de 25 de setembro, os produtores de soja em Goiás poderão iniciar o processo de plantio com plântulas já emergidas, conforme as diretrizes estabelecidas pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). O fim do vazio sanitário marca uma nova fase no calendário agrícola, que se estende até o dia 2 de janeiro de 2026 para a conclusão da semeadura.
O vazio sanitário, que teve início em 27 de junho e durou 90 dias, é uma estratégia adotada desde 2006 com o intuito de combater a ferrugem asiática da soja, uma das doenças mais devastadoras para a cultura no Brasil. A medida proíbe a manutenção de plantas vivas e é considerada essencial para assegurar a saúde das lavouras.
De acordo com o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, é crucial que os produtores cumpram rigorosamente as normas estabelecidas. Ele destaca que, com a colaboração dos agricultores e o monitoramento ativo da Agrodefesa, houve uma redução notável na presença da ferrugem asiática, resultando em colheitas mais produtivas e de qualidade superior.
Leonardo Macedo, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, também enfatiza a relevância do vazio sanitário. Ele explica que a prática minimiza a proliferação do fungo causador da doença, garantindo maior segurança aos produtores na hora de implantar suas lavouras e diminuindo a necessidade de aplicação precoce de fungicidas.
Além da semeadura, os agricultores devem realizar o cadastro de suas lavouras no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). O registro precisa ser feito até 15 dias após o término do calendário de plantio, ou seja, até 17 de janeiro de 2026. As informações a serem registradas incluem área plantada, cultivar utilizada, data do plantio, previsão de colheita e coordenadas geográficas.
O coordenador do Programa de Soja da Agrodefesa, Mário Sérgio de Oliveira, ressalta que o calendário é fruto de um consenso envolvendo instituições de pesquisa e o setor agrícola. Ele reforça a importância de os produtores seguirem as datas estipuladas e realizarem o cadastro no Sidago, o que permitiria um mapeamento mais eficaz das áreas cultivadas em Goiás.
A norma regulamentar, Instrução Normativa nº 6/2024, que determina o calendário da soja, pode ser consultada diretamente nos canais oficiais da Agrodefesa.
A ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, tem potencial de causar perdas graves na produtividade da soja. A rápida disseminação do fungo, facilitada pelas plantas voluntárias entre safras, torna o vazio sanitário uma medida indispensável para minimizar o risco de infecções nas novas lavouras.