O cartunista Jaguar, ícone da arte gráfica e humor no Brasil, faleceu aos 93 anos e teve seu corpo cremado no Memorial do Carmo, localizado na Zona Portuária do Rio de Janeiro. A cerimônia de despedida contou com a presença de amigos, familiares e colegas do meio artístico, que se reuniram para homenagear sua contribuição à cultura nacional.
Entre os presentes estava o humorista Marcelo Madureira, que fez questão de ressaltar o impacto de Jaguar em sua trajetória. Ele recordou com pesar a recente demissão do cartunista após oito anos de trabalho na Folha de São Paulo, considerando o episódio traumático, especialmente à luz da idade de Jaguar.
“Ele foi uma figura monumental. Fundou O Pasquim e lutou contra a ditadura militar usando a coragem e o humor como armas. Jaguar trabalhou até o final da vida, não apenas por necessidade, mas pela paixão que tinha pelo seu trabalho”, afirmou Madureira. “A sua morte foi, de certa forma, simbolicamente ali mesma, quando o dispensaram”, completou.
O quadrinista Chico Caruso também prestou suas condolências, descrevendo a obra de Jaguar como uma verdadeira expressão de sua essência. Para Caruso, as criações do cartunista eram imbatíveis em originalidade e humor.
“Jaguar era um jornalista do humor, um mestre no desenho. Sua arte refletia quem ele realmente era, e era impossível não rir ao apreciar suas ilustrações”, disse.
No velório, um espaço homenageou Jaguar com alguns de seus desenhos mais icônicos, entre eles autorretratos e o ratinho Sig, que se tornou o mascote de O Pasquim.
Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido como Jaguar, faleceu no último domingo, dia 24 de setembro, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Copa D’or, onde tratava-se de uma infecção respiratória que progrediu para complicações renais.
Jaguar foi um dos membros fundadores de O Pasquim em 1969, um periódico que se destacou por seu conteúdo ácido e críticas contundentes ao regime militar vigente na época. Sua carreira abrangeu colaborações com diferentes jornais e revistas, além de ter trabalhado com renomados artistas como Ziraldo, Millôr Fernandes e Henfil, consolidando-se como uma influência significativa nas artes gráficas brasileiras.