A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) interditou um abatedouro clandestino de suínos que operava ilegalmente em uma fazenda nas proximidades da zona urbana de Aragoiânia, na Região Metropolitana de Goiânia. A operação, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Vigilância Sanitária, ocorreu na terça-feira, 29 de abril.
Durante a fiscalização, foram apreendidos 1.166 quilos de carne suína considerada imprópria para o consumo, além de mais de 40 latas de banha animal e vísceras. Todo o material foi devidamente inutilizado e descartado, em conformidade com as normas sanitárias.
Os fiscais encontraram condições insalubres e de risco sanitário em todas as fases da produção, desde a criação dos animais até o abate e o armazenamento da carne. A criação era realizada sem cadastro ou supervisão técnica, em desacordo com as normas ambientais e sanitárias. O abate ocorria de maneira rudimentar, com a manipulação da carne sendo feita com equipamentos sujos e enferrujados, sem qualquer protocolo de higiene.
Após a operação, Israel Mendes Ivo, coordenador regional da Agrodefesa, alertou para os riscos do consumo de carne sem procedência. “O abate clandestino representa uma ameaça direta à saúde da população. A carne de origem duvidosa não passa pelos controles oficiais, como inspeção veterinária e análise laboratorial, o que abre margem para a contaminação por bactérias, parasitas e outras doenças. Quando o abate é clandestino, não se trata apenas de dúvida sobre a origem, é crime”, disse.
José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, ressaltou o compromisso da instituição com a saúde pública. “Nosso compromisso é assegurar que o alimento que chega à mesa do consumidor goiano seja seguro, inspecionado e de qualidade. Atuamos de forma rigorosa por meio de prevenção, educação sanitária e combate ao abate clandestino, e seguiremos intensificando as fiscalizações, em parceria com os municípios e demais órgãos de controle.”
Além dos riscos à saúde, o abate clandestino configura diversos crimes previstos em lei. O responsável pelo local pode responder por crime contra as relações de consumo, com pena de até 5 anos de prisão; afirmação falsa ou enganosa sobre produtos ou serviços, com pena de até 1 ano de detenção; e maus-tratos a animais, também com pena de até 1 ano de reclusão. Penalidades administrativas, como multas e interdição do estabelecimento, também foram aplicadas.
As denúncias sobre atividades irregulares envolvendo abate ou comercialização de produtos de origem animal podem ser feitas diretamente aos canais oficiais da Agência, como o 0800 646 1122.