O governo federal lançou uma nova campanha de prevenção e combate aos incêndios criminosos na Amazônia Legal, que inclui os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal. A iniciativa surge após um ano histórico de secas e incêndios em 2024, que resultaram em mais de 137 mil focos de fogo e quase 18 milhões de hectares devastados.
André Lima, secretário Extraordinário de Controle dos Desmatamentos e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ressaltou a importância da colaboração entre diferentes esferas de governo e a população para combater os incêndios. Ele enfatizou que a responsabilidade é compartilhada entre o governo federal, os estados, os municípios e os proprietários rurais, que não devem usar fogo de forma inadequada.
O planejamento deste ano envolve a mobilização de 4.608 profissionais, distribuídos em 231 brigadas florestais, um aumento de quase 25% em relação ao ano anterior. As brigadas incluem 116 do Ibama e 115 do ICMBio, com 2.600 e 1.758 brigadistas, respectivamente, além de 250 servidores efetivos dos dois órgãos.
o Ministério do Meio Ambiente também criou o Comitê Nacional de Manejo do Fogo, que visa estabelecer planos estaduais para detecção e controle dos incêndios florestais. Lima destacou que os estados devem elaborar planos integrados de manejo do fogo, que incluem ações de prevenção e preparação, e que um plano específico já está sendo desenvolvido para o Pantanal e outros estados críticos na Amazônia.
Sobre as expectativas para o cenário de queimadas, Lima afirmou que, embora as projeções para este ano sejam menos alarmantes que as do ano passado, ainda assim, não são confortáveis. A mobilização para proteger a floresta contará agora com um canal de denúncias, disponível pelo número 0800 061 8080.
A agilidade no combate aos incêndios é vital, de acordo com Lima, que convocou a sociedade a sinalizar quando o fogo é avistado e a treinar brigadas locais para responder rapidamente. Atualmente, a pena para quem provoca incêndios florestais varia de dois a quatro anos de reclusão, e o governo propôs ao Congresso Nacional que a punição seja aumentada para três a seis anos, além de permitir o uso de técnicas investigativas para detectar e punir organizações criminosas envolvidas.